Nesta quinta-feira, 20, iniciou a 8ª edição da Copa do Mundo Feminina Fifa com dois países sede, Nova Zelandia e Austrália. Apesar da competição existir desde 1991, nunca se teve a visibilidade como terá este ano.
A história das competições mundiais do futebol feminino iniciou na década de 70, com campeonatos de clubes independentes. Mas foi somente em 1986, quando a norueguesa Ellen Willie, conhecida atualmente como mãe do futebol feminino, graças a sua constante luta em prol das mulheres no esporte, conseguiu participar do 45º Congresso da Fifa. Ela foi a primeira mulher a ser convidada a falar no evento. Em seu discurso, Willie fez um apelo para a promoção do futebol feminino, o que resultou na criação da Copa do Mundo Feminina e na participação das mulheres no programa olímpico.
Ao longo dos anos as mulheres foram ganhando mais espaço e mais seleções entraram para a competição. Porém o campeonato ainda não tinha o mesmo espaço de divulgação e de reconhecimento por parte de emissoras, patrocinadores e torcedores. No Brasil, foi apenas a partir de 2019 que a Rede Globo, maior canal de televisão aberta do país, realizou de fato a cobertura da Copa das mulheres e outros canais como Bandeirantes e Sport TV aumentaram a quantidade de jogos transmitidos. Isso fez com que, segundo o Ibope, mais de 100 milhões de telespectadores acompanhassem os jogos.
Neste ano, a Fifa e parceiros inovaram na cobertura do mundial. Além da televisão aberta e fechada, no Brasil, a Copa será transmitida em diversos streamings e pela primeira vez será transmitida pelo canal no Youtube Caze TV, conhecido pelas coberturas divertidas e que tem um alcance de mais de 8 milhões de inscritos. Essa ação, além de facilitar o acesso aos jogos para que os torcedores acompanhem, também auxilia na promoção das equipes e incentiva patrocinadores a investirem. Isso se torna importante pois, no cenário atual, as jogadoras ganham bem menos quando comparado aos homens já que atualmente o futebol feminino não traz o mesmo retorno financeiro. Em 2017, a jogadora Marta recebia R$ 2,1 milhões tendo 103 gols pela seleção brasileira, já Neymar com apenas 50 gols pelo Brasil, recebia em torno de R$ 72,5 milhões. Com a devida divulgação e com o apoio dos torcedores e patrocinadores as mulheres terão mais espaço, mais oportunidades e mais investimento.
Acompanhe a Copa do Mundo Feminina e ajude proporcionarmos um futuro com mais equidade.
Saiba os dias dos jogos e como acompanhar pelo link: https://www.fifa.com/fifaplus/pt/tournaments/womens/womensworldcup/australia-new-zealand2023/tv-programme?intcmp=%28p_fifaplus%29_%28d_%29_%28c_webheader-fwwc2023%29_%28sc_tvprogramme%29_%28ssc_%29_%28da_07072023%29_%28l_pt%29&country=BR&wtw-filter=ALL
Referencias:
Neymar, Marta e a persistente desigualdade de gênero são tema no Enem. Disponível em: https://guiadoestudante.abril.com.br/atualidades/igualdade-feminina-ainda-distante-e-tema-no-enem
Ellen Wille, the mother of women’s football. Disponível em: https://www.france24.com/en/20190626-ellen-wille-mother-women-football-norway-fifa-world-cup-france
Caze TV: https://www.youtube.com/@CazeTV
Fifa Women’s Cup: https://www.fifa.com/fifaplus/pt/tournaments/womens/womensworldcup/australia-new-zealand2023?intcmp=(p_fifaplus)_(d_)_(c_webheader-fwwc2023)_(sc_logo)_(ssc_)_(da_07072023)_(l_pt)
Mulher e futebol: a cobertura e a transmissão da televisão aberta brasileira da Copa do Mundo 2019. Disponível em: chrome-extension://efaidnbmnnnibpcajpcglclefindmkaj/https://repositorio.unesp.br/bitstream/handle/11449/214582/araujo_ea_me_bauru.pdf?sequence=3&isAllowed=y
Por que a copa do mundo feminina de 2019 já historica. Disponível em: https://oglobo.globo.com/celina/por-que-copa-do-mundo-feminina-de-2019-ja-historica-23724254
